Inverno
(Maurício Ari Vieira)
Por que eu sempre acredito em tuas mentiras?
E por que eu faço delas verdades minhas?
Tudo o que disseste está aqui dentro do meu vazio.
Todas as palavras que estão estancadas em meu peito,
Tornam-me cada vez mais frio.
Todos aqueles sonhos que inventei para nós dois,
Estão morrendo em minha própria utopia.
Talvez a esperança que eu tinha esteja desistindo,
Assim como eu.
Minhas asas estão fracas,
Como se eu te perdesse a cada dia.
Estar junto a ti, a cada momento,
Era o que eu mais queria.
Então me aqueça em teus braços
E livra-me do fim,
Para que um dia eu possa esquecer
Que havia um inverno dentro de mim.
Mas se desistir for a única forma de me livrar dessa maldição,
Então eu me entrego.
Do mesmo modo que me entreguei a ti.
Aos pulsos revestidos de glória, cortados com o vento,
Que o frio tome conta do que serei um dia...
E enquanto não esvaeço com o tempo,
Fico esperando a hora de partir...
E nesse frio permaneço, aqui,
Calado no colo da dor,
Enrolado no enredo de ter perdido o que chamava de amor.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
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